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Dica para o final de semana: o filme Maudie (Netflix)


Como dizia a psiquiatra brasileira Nise da Silveira (1905-1999), a arte é uma forma de externar e se relacionar, na medida do possível para cada um, com nosso mundo interno.


Assim, a canadense Maud Lewis (1903-1970) nasce na Nova Escócia com problemas congênitos. Mas cresceu feliz com a família e o irmão. Sua mãe, ciente de suas limitações, a estimulava a pintar cartões de Natal para vender.


Nascia ali o embrião da artista folk que se tornaria reconhecida nos anos 1960. Mas estamos nos antecipando: com a perda dos pais e a propriedade da família herdada pelo irmão, ela vai morar com uma tia.


No novo cenário, acaba conhecendo um vendedor de peixes, Everett Lewis, com o tempo eles se casam e vão morar na casinha dele, em Marshalltown.


Por meio de suas pinturas de cores vivas e muitas vezes de tamanho pequeno – um limite da extensão com que ela conseguia mover os braços –, ela de alguma forma lida não apenas com as vicissitudes da vida e com o agravamento da sua artrite reumatoide.


Apesar de tudo isto, ela consegue expressar sua rica visão de mundo interna. Só este sintoma na vida de uma artista, aliás, já daria uma discussão profunda.


Esta cinebiografia, uma coprodução irlandesa e canadense, claro, é um recorte romanceado da vida da artista. Mas tem o mérito de ter ótimas atuações de Sally Hawkins (você talvez a tenha visto no ótimo A Forma da Água) e Ethan Hawke.


Monica Martinez

Para saber mais

SILVEIRA, N. DA. Imagens do inconsciente. Petrópolis, RJ: Vozes, 2015.


Serviço



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