E chega uma hora que é preciso se renovar, mudar.
Como diz Jung, se a experiência clínica diária nos dá subsídios para falar de uma personalidade externa, “também nos autoriza a aceitar a existência de uma personalidade interna”.
Em outras palavras, quando a face que apresentamos ao mundo está nos fazendo sofrer ou não é mais adequada, costuma ser hora de nos voltarmos para o nosso interior em busca de alinhamento.
E isto não é tão fácil quanto pendurar uma roupa no cabideiro e pegar outra em seu lugar. Afinal, Jung diz que “mudar a persona, a atitude externa, é uma das artes mais difíceis”.
Assim, “a persona é um ser que parece constituir o caráter total de uma pessoa e talvez a acompanhe inalterada por toda a vida”. Mas ela é simplesmente uma expressão do que somos num determinado tempo e espaço.
Vamos supor uma executiva de sucesso que, devido a um fator externo (uma dispensa trabalhista, uma alteração no mercado de trabalho) ou interno (uma escolha por dedicar mais tempo à família, à maternidade) esteja literalmente pendurando seu tailleur.
Mesmo que a decisão seja pessoal, ainda assim ela provavelmente causará ansiedade e, consequentemente, dor. Por mais criativo que seja o caos, ele também alvoroça a vida.
Para saber mais
JUNG, C. G. Tipos psicológicos (OC 6). 6. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2012, § 758.