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1/4 - Para viver em paz: escuta e aceitação

Atualizado: 4 de dez. de 2022


Na tradição cristã, o primeiro domingo do advento marca um momento muito especial: o nascimento de Cristo.


Se olharmos numa perspectiva psicológica de orientação junguiana, o cristo seria a imagem de Deus, ou melhor, do filho de Deus. Em outras palavras, da representação do sagrado. Que não está fora de nós, mas em nós.


Para quem segue esta tradição, é hora de permitir que a renovação se faça, de deixar ir o que não serve mais.


Isso em todos os níveis: físico, emocional, mental, familiar, social e até espiritual, que na perspectiva junguiana é uma parte da estrutura da psique.


E o ritual do advento mostra, de forma bem pedagógica, uma forma para fazer isto.


De acordo com o evangelista Lucas, médico grego que viveu no primeiro ano A.C. e que teria tido contato com os doze apóstolos, Maria estava em Nazaré quando recebe a visita de um anjo, Gabriel, que anuncia que ela dará luz ao filho de Deus.


Vamos combinar: se você estivesse em sua casa, aparecesse alguém do nada (mesmo que de carne e osso ou via mensagem de WhatsApp ou outra rede social) e dissesse que você deveria fazer algo que nem estava pensando em fazer, como você reagiria?


Pois a jovem de Nazaré diz "tudo bem, vamos em frente". Do ponto de vista psicológico, estamos falando em aceitação. Não é coisa pouca, nem simples. Só para citar um exemplo, seria a última das etapas da psiquiatra suíça Elizabeth Kübler-Ross (1926-2008) no modelo que ela propôs para lidar com o luto (negação, raiva, barganha, depressão e aceitação). Ela falava em luto decorrente de mortes, mas podemos tomar este luto como simbólico, com qualquer perda que se tenha de lidar na vida.


Nesta primeira semana do advento, portanto, seria o caso de se abrir para pensar no que é possível ter coragem de modificar -- e seguir em frente. Mas também no que é possível aceitar, pois que não pode ser alterado. Talvez a ilusão do amor, do emprego, da família ou dos filhos "perfeitos", do reconhecimento que nunca vem da forma desejada, de uma doença, do envelhecimento, enfim, das coisas e dos processos inerentes à vida. E ter muita sabedoria para poder distinguir uma coisa da outra para viver a vida como ela se apresenta de forma plena.


Independente da tradição que a pessoa siga, vale a pena ler na íntegra o trechinho da história onde Lucas relata esta simbólica passagem. Segue abaixo.


Monica Martinez


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