A escrita é uma prática interessante para aprendermos mais sobre nós mesmos e, por tabela, gerenciar a ansiedade e o estresse, entre outros.
A escolha da caneta, lápis ou notebook que será usado, do papel A4 ou especial, do bloquinho de notas do smartphone... Desde sempre escrever foi um convite ao ritual.
É preciso criar um tempo daqueles do relógio para mergulhar no tempo lento da escrita.
E forjar um espaço sem interferências, livre dos sons de celulares e das redes sociais desviando nossa atenção.
E os rituais são uma importante ponte com o inconsciente – que é onde estão as raízes invisíveis do que de fato nos causa neuroses, isto é, os desajustes com o cotidiano.
Por isso, o ato da escrita é terapêutico per se. De um lado, é um convite ao ego para assumir seu papel de refletir sobre um tema em questão.
Por outro, abre espaço para a manifestação do inconsciente, que na perspectiva junguiana vai muito além de um repositório de traumas.
É que o inconsciente também abriga os tesouros da criatividade, dos talentos latentes, das soluções possíveis para os problemas que vivemos.
Como diz Pablo Neruda, escrever é fácil. Você começa com uma letra maiúscula e termina com um ponto final. No meio você coloca ideias... Será?
Para experimentar, um exercício que você pode fazer é escolher de forma aleatória, num texto qualquer, cinco palavras que lhe chamam a atenção.
Reserve uns cinco minutos para deitar no papel o que vier à cabeça a partir delas, sem censuras nem expectativas. Se este tempo se alongar, tudo bem.
Você pode ficar surpreso com o resultado. Se gostar e se sentir confortável, compartilhe com alguém. O olhar do outro ajuda a ver coisas, incluindo qualidades, que não vemos em nossas próprias produções.
Dra. Monica Martinez